terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Linux Educacional e as Novas Práticas Pedagógicas

Carlos Francisco Silva Batista

  

Desde a criação do Kenel do Linux por Linus Torvalds em 1991, o sistema operacional GNU/Linux vem sendo utilizado e ganhando espaço no mundo inteiro, atuando nos mais diversos setores e ações. O Brasil conta com muitos desenvolvedores predeterminados a manter o bom funcionamento das distribuições dentro do país. A região sul é o local de origem das distribuições mais conhecidas no Brasil, como Kurumin e Famelix, distribuições fortemente usadas por brasileiros iniciantes em Linux, como eu fui um dia, em que utilizei as últimas versões do Kurumin sendo elas 5, 6, 7 e fiz uso do Famelix 1.3 e 2.0; a história destas duas distribuições fantásticas, podem ser contadas nos links http://www.gdhpress.com.br/kurumin/e http://pt.wilipedia.org/wiki/BRLix.
Para muitos usuários de Linux como eu, a opção de usar um sistema operacional livre e gratuito é algo instigante, pelo fato de sabermos que usamos não só para realizarmos nossas tarefas comuns no computador, de forma superficial ou imposta muitas vezes por empresas, mas, por também participar da difusão do Linux dentro e fora do contexto educacional, um sistema operacional que nos possibilita, assim como os privados, a diversão, entretenimento, suporte, segurança e desenvolvimento de nossos trabalhos e criações.
As distribuições citadas acima foram bem difundidas no Brasil, mas, infelizmente, por motivos externos, que foi o caso do Kurumin e o Famelix por pressão, foram descontinuados, deixando órfãos um grande número de usuários iniciantes. Entendendo o deixar de lado dessas distribuições por seus criadores e mantenedores, que fizeram o máximo por elas, os usuários tiveram duas opções, a de manter o sistema atual, enquanto houvesse atualizações para ele, ou a migração para outra distribuição como o Debian, Ubuntu, entre outras. Quando comecei a utilizar o Kurumin e logo após o Famelix, notava a dedicação extrema de seus desenvolvedores, a ajuda prestada através de suas homepages, e profundamente, sinto o descontinuamento dos mesmos; friso hoje, que na época as duas distribuições poderiam ter um olhar mais dedicado por parte do Governo Federal, por se tratarem de sistemas nacionais, baseados em distribuições estrangeiras, mas com cara e endereços brasileiros.
Partindo desta vertente e se espelhando nas distribuições conhecidas, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) pôs em prática pela primeira vez, um projeto de extrema inclusão digital para a Educação brasileira, com o nome de Linux Educacional, um sistema operacional baseado a principio no Debian e hoje no Kubuntu, desenvolvido pela equipe do Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional (CETE) do Ministério da Educação. O Linux Educacional é uma plataforma de educação que aborda justamente a ampliação das áreas disciplinares que a educação brasileira comporta, ou seja, todas as disciplinas possuem um suporte pré-instalado dentro do sistema ou disposto em repositórios públicos, como o do MEC e instalações de atualização que são adquiridas nos repositórios dos sistemas de base.
Na visão pedagógica, o Linux Educacional preenche parte das necessidades dos profissionais docentes, aqueles que se lançaram em busca do novo, que encontraram no uso das novas ferramentas pedagógicas, uma forma mais ampla, segura e interativa de se fazer educação; para muitos, o sistema ainda é desconhecido e seu material (conteúdo) permanece inativo por parte de uso dos alunos. A ideia de tornar o Linux Educacional conhecido (usável) por todos os que na educação atuam, reflete em novas metodologias de ensino. Assim como a formação do currículo de cada professor, o Linux Educacional pode contribuir e fazer parte de nossos trabalhos, tanto nos projetos educacionais como administrativos. Uma maneira de acelerar o processo de familiarização dos alunos e profissionais, é a utilização do sistema por todos dentro do ambiente educacional.
Para os que fazem parte ou administram o sistema,
o Linux Educacional é uma solução de software que colabora para o atendimento dos propósitos do Proinfo de forma a favorecer ao usuário final no que se refere ao uso e a manutenção e atualização da solução. (softwarepublico.gov.br).

Apresentado de forma técnica pelo portal do Software Público, as práticas com este sistema vão muito além de nossas primeiras impressões, quando na escrita acima, consolidam o Linux Educacional como solução de software, ou seja, como programa para computadores, e neste caso destinado a educação, o mapeamento de suas funções se dão praticamente de acordo com todos os outros sistemas existentes, o Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação) o coloca como solução, pelo fato de se tratar de um sistema de código aberto e uma vez que os desenvolvedores/programadores o adaptam ao seu gosto e necessidades, fazem dele um sistema completo, onde tudo o que possam precisar pode ser implementado ou baixado (download) se os softwares adicionais forem da mesma natureza (free / abertos ou não).
Na maioria das vezes, como constatei, o Linux Educacional é utilizado simplesmente como base para o ponto de acesso de internet, ou seja, o sistema em si não é investigado (estudado, navegado), os alunos só buscam o acesso a internet para fazer suas pesquisas, que por sua vez, é determinada pelo professor, dessa forma o aluno faz uso somente de um software embutido no sistema, que no caso são os “navegadores de internet” como: Mozilla FireFox, Epiphany, Konqueror), o restante, fica fora do processo (figurativamente falando). Os programas pré-instalados hoje no Linux Educacional, dão suporte a praticamente todas as disciplinas e sempre estão em renovação, os pacotes de softwares educacionais disponíveis, são garantia de certificação de ampliação das disciplinas que estão a espera de melhorias.
O que agrava a aceitação do Linux Educacional é a falta de conhecimento de programas educacionais por parte dos professores, muitos, mesmo em ambiente já conhecido como os Sistemas Privados, geralmente instalado na residência do profissional (professor), têm dificuldades em executar os processos de instalação, que são, a meu ver, mais fáceis de manusear; bom percentual desses professores também realizam tarefas somente associadas a internet, assim como ocorre com os alunos no ambiente escolar. Os alunos de certa forma, procuram tirar proveito daquilo que os interessa e que está disponível no momento a busca por informação, mesmo que de forma desorientada,é o que mais chama atenção a faixa etária que está sendo abordada neste trabalho (6 aos 10 anos, de 11 aos 14 e de 15 aos 17), estes só em idade regular, não se esquecendo que a colocação também se aplica as outras modalidades de ensino.
A busca por soluções para o uso do computador de forma educativa é gradualmente positiva e a forma mais indicada para a correção destes incertos é a alteração das estruturas dos cursos de capacitação de professores. Os trabalhos atualmente desenvolvidos nas escolas, indicados as capacitações são: Projeto Sala de Professor e reuniões pedagógicas, encontros que favorecem a discussão de assuntos escolares e que na maioria das vezes seguem um cronograma. A questão é: Porque não atribuir um pouco mais, assuntos relacionados a inclusão digital e outras esferas do meio? Porque não assistimos na TV, em programas de horário nobre, nada relacionado sobre informática na educação? Como se dá? Se funciona bem, quais são os casos de sucesso? A própria Educação precisa de divulgação para estes assuntos e os professores mais uma vez, são a resposta para tudo, eles podem e farão dar certo. O problema é que muitos profissionais ainda estão longe do contato direto com a ferramenta, em outras palavras, não se integram e não se deixam integrar às novas formas de educação e aqueles que se lançaram em direção ao novo, ainda encontram dificuldades para expor ideias e ideais.
Falando agora como professor, estamos afim de construir uma nova metodologia e apresentar à educação, uma maneira que busca melhorias e atrai para si uma margem de atos promissores, que irá mudar os métodos tradicionais.
Não devemos temer fracassos, porque estamos voltados a um ideal conjunto, uma massa muito maior do que qualquer grupo comum que toma decisões, os professores são o item principal da nova formação educacional e quando, de maneira geral sabermos propor e colocar em vigor nossos ideais, seremos imbatíveis no que se refere a educação de qualidade, juntamente com o Linux Educacional e outras ferramentas pedagógicas, dentro de um Sistema Único de Educação, onde Ministério, Secretarias e outros Órgãos educacionais estarão juntamente, de todas os meios e formas, em sintonia com o Professor.


Referências

SOFTWARE PÚBLICO, disponível na URL:
www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=11809207

Nenhum comentário:

Postar um comentário